terça-feira, 2 de setembro de 2008

DISTRITO INDUSTRIAL DE IMPERATRIZ... ATÉ QUE ENFIM!

Quando se anda em cidades do interior de São Paulo, como a bela cidade de São José do Rio Preto, por exemplo, situada no Noroeste paulista, a cerca de 450 quilômetros da capital, se você perguntar a alguém nas ruas: “Por favor, moço, o senhor poderia me dizer aonde fica o Distrito Industrial aqui, da cidade?” – Com certeza a resposta viria em forma de pergunta: “Qual deles o senhor quer ir? O Distrito 1, 2, 3...?” Bom, na verdade eu não sou muito chegado a essas comparações com as realidades tão diversas do norte e nordeste em relação ao sul e sudeste brasileiro. Afinal, estamos falando de brasis tão diferentes e distantes em suas carências e em seus investimentos. Entretanto, não podemos ficar aqui de braços cruzados, nos lamentando chorosos nos muros da inveja ou de sonhos que parecem tão distantes de se realizarem para nós. Afinal de contas os Distritos Industriais de lá foram erguidos e atraíram as empresas nos últimos 30 anos. Mesmo tempo em que o nosso aqui, ficou servindo de pasto para bois e terrenos vazios, a convidar posseiros, que hoje brigam na justiça como os verdadeiros beneficiadores e donos da terra. As indústrias que se ergueram nesse tempo, no local, foram as indústrias do abandono, do descaso, do desrespeito. Cuja produção não podia ser outra: a miséria e a falta de emprego e geração de renda. Mas, uma luz aparece agora, no final do túnel ( outras vezes também apareceu, mas sempre era a locomotiva que vinha de lá pra cá, atropelando nossos sonhos). Mas agora, parece que a coisa é pra valer. Foi inaugurada no último dia 21, a primeira fábrica do distrito Industrial de Imperatriz, a Topázio Colchões, do empresário Carlos Geisel. Com um investimento de aproximadamente 2,5 milhões de reais, a empresa terá uma produção de 20 mil peças, por mês e vai gerar 150 empregos diretos. Dos 160 hectares da área do Distrito, a Topázio ocupa 30.000m², com 6 mil de área construída. Para Fernando Duailibe Mendonça, Secretário Adjunto do Estado da Indústria e Comércio do Maranhão, presente na solenidade de abertura, “A Topázio Colchões consolida o primeiro projeto de revitalização do Distrito Industrial de Imperatriz, que estava há mais de vinte anos parado. Em breve, teremos mais três empresas. O evento de hoje é um marco para nós e mostra que nosso Estado está aberto a novos empreendimentos”. Durante a solenidade eu conversava com vários empresários que participaram do evento e um deles, me disse, entusiasticamente, “Laércio, no mais tardar até o início de 2009, a Topcarnes (embutidos e processamento de carne bovina e suína), também, estará implantada e funcionando aqui.” E me confessou: “e já tem uma empresa européia que já quer negociar a compra da maior parte de nossa produção”. Ei, gente, sabe o que significa isso? Que Imperatriz está indo na contramão daqueles que sempre diziam que a nossa cidade não tinha vocação para indústrias. Ora, quem não tinha vocação e nem visão e tampouco interesse de que indústrias de estabelecessem em Imperatriz eram alguns políticos maranhenses. Imperatriz, como o Maranhão está deixando de ser potência para se efetivar como pólo de desenvolvimento do nordeste e do Brasil. O tempo está chegando aqui, em que haveremos também responder a quem nos perguntar aonde fica o Distrito Industrial de Imperatriz: “Qual deles? O Distrito 1, 2, 3....?

domingo, 31 de agosto de 2008

UÉ, DE REPENTE DESCOBRIRAM O MARANHÃO?

Tem coisa que realmente, não dá para entender no seguimento político do Brasil. Aliás, que dá, dá, a gente é que se faz de desentendido. E por isso se passa por besta. Agora, por exemplo, os maranhenses começam a ouvir de investimentos e de rumores de mais investimentos, de grandes empresas e de empresas maiores ainda, vindo para o Maranhão. Só para se ter uma idéia, são mais de R$ 40 bi. Essa é a perspectiva do valor de empreendimentos previstos para o Maranhão, até o final de 2008. Desse montante, R$ 32 bi virão do investimento da refinaria de petróleo da Petrobrás, a ser confirmado até novembro próximo. Segundo técnicos do governo, esse será o maior projeto privado brasileiro implantado nas últimas décadas. Mas, outras grandes empresas estão descobrindo o estado maranhense e já estão se implantando em nossas terras, o que vai gerar muitos empregos para a nossa gente. Tais como a Diferencial MPX Energia, que vem trazendo R$ 1 bi de investimento, a Comanche Clean Energy, com R$ 500 mi, a Suzano com mais R$ 3 bi. O certo é que o governador Jackson Lago não tem medido esforços para mostrar a cara do Maranhão para os brasileiros e as brasileiras e para os estrangeiros e as estrangeiras. É impressionante, o número de representantes do alto escalão do governo Luis Inácio Lula da Silva que têm visitado o Maranhão ao longo do ano. Todo mês temos visto e noticiado de Ministros que têm vindo para encontros de negócios e parcerias com o governo maranhense. O presidente Hugo Chaves, da Venezuela, também esteve recentemente por aqui. E na última semana, uma equipe técnica do Banco Mundial, também se encontrou com o Governador Jackson Lago e, conforme John Briscoe, Presidente do Banco Mundial para o Brasil, outra reunião ficou agendada para daqui dois meses entre eles, juntamente com os representantes das empresas que estão vindo para o Maranhão. Na pauta do encontro, o estabelecimento de uma política de desenvolvimento que favoreça a economia local e estadual e que preserve o meio ambiente. Segundo o governador, esse encontro primeiro, com o Banco Mundial, foi proveitoso, por conta do “imenso desafio para o estado do Maranhão, que será a presença de refinarias, de siderúrgicas, de estaleiro naval, de indústria de papel de celulose, de imensos empreendimentos no estado. E nós precisamos da parceria do Banco Mundial, que tem uma experiência universal, para nos prepararmos, em termos de infra-estrutura para receber todos esses empreendimentos”. Para Júlio Noronha, Secretário de Indústria e Comércio do Estado, essa descoberta do Maranhão não é casual, antes, se deve à demanda de investimentos que “tem sido, extremamente, forte em relação ao ano passado. Há um círculo vicioso muito positivo nessa cadeia de empreendimentos. Quanto mais investidores, maior o número de interessados em abrir negócio no Estado. Isso vem como efeito em cadeia, gerando uma série de outros investimentos em função dos que já foram anunciados”. De fato, a Bíblia tem razão mais uma vez, quando diz que “um abismo chama outro abismo”. Assim, também é, na política: a falta de vontade política chama outra. Mas a vontade política quando firme e determinada, rompe obstáculos e atrai vontades outras com a mesma firmeza e determinação. Viva! Estão descobrindo o Maranhão.

sábado, 30 de agosto de 2008

INTERROMPEMOS A NOSSA PROGRAMAÇÃO PARA...

Tenho conversado com muita gente que confessa que esperava que as eleições de 2008, em Imperatriz, rumo à prefeitura, fossem decididas pelas propostas colocadas no Rádio e na TV, durante o horário eleitoral obrigatório. Mas, até agora, só decepção. Dos três meses previstos de campanha, restam, apenas, pouco mais de um mês. E nos programas dos seis candidatos à eleição majoritária, muito pouco estamos vendo, que convença o eleitor de que esta ou aquela é a melhor proposta. Por enquanto, a escolha está sendo pela “menos pior”. Estamos diante de um processo de suma importância, que decide os rumos que Imperatriz irá tomar nos próximos quatro anos. O imperatrizense não precisa fazer um cursinho pré-eleitoral para descobrir quais são as necessidades prementes da cidade. Afinal, é ele quem sente na pele e até nos ossos, as carências de um município que já passou por ciclos de riquezas, como o ouro, o arroz e a madeira. Entretanto, o que mais parece é que na cidade passou mesmo, foi um Tsunami, deixando, ao longo das décadas, o rastro de um estrago inconcebível para uma cidade do porte e da importância de Imperatriz. A diferença é que a destruição do Tsunami é rápida e quase que indolor. Mas a de um mau administrador na prefeitura, é lenta e dolorosa. São quatro anos tendo que agüentar e ouvir a frase zagalística: “Vocês vão ter que me engolir”. Por isso, o povo quer e precisa ver e ouvir os rumos que os candidatos têm e estão sendo propostos até 2012. É claro que o que é apresentado no Rádio e, principalmente na TV e algo preparado nos laboratórios dos marketeiros que, só colocam na vitrine o que o povo quer ver e só falam aquilo que o povo quer ouvir. Daí a necessidade de vermos a mágica das propostas na telinha, com a ajuda do Mister M. Poderia tudo ser tão simples, mas fazer da política uma guerra particular leva o eleitor a fazer do voto, também uma arma. E isso me dá arrepios. Porque para mim, voto sendo arma pode fazer do próprio eleitor, uma vítima. Voto deveria ser visto como ferramenta de trabalho, de progresso, de democracia, de participação cidadã. Assim, como também, os horários de propaganda eleitoral. Mas, os candidatos se vêm numa guerra, onde a impressão que fica é que o mais importante é derrotar o adversário, do que fazer do povo e da cidade os vencedores. Dia desses, ouvi de uma pessoa, falando no fogo da paixão por um candidato: “guerra é guerra e quem puder mais, chora menos”. Se for assim, Imperatriz está a 156 anos em guerra e olha só as condições em que a cidade ficou. É o retrato vivo da destruição. Mas, continuamos crendo que haveremos de ressurgir das cinzas, como a Fênix. Que saibam os nossos políticos que, como já cantara Gonzaguinha: “A gente quer valer o nosso amor/ A gente quer valer nosso suor/ A gente quer valer nosso humor/ A gente quer do bom e do melhor/ A gente quer carinho e atenção/ A gente quer calor no coração/ A gente quer suar mas de prazer/ A gente quer é ter muita saúde/ A gente quer viver a liberdade/ A gente quer viver felicidade/ É, a gente não tem cara de panaca/ A gente não tem jeito de babaca/ A gente não está com A bunda exposta na janela/ Pra passar a mão nela/ É, a gente quer viver pleno direito/ A gente quer é ter todo respeito/ A gente quer viver uma nação/ A gente quer é ser um cidadão”. Só isso! É demais, senhores candidatos e futuro prefeito?

segunda-feira, 17 de março de 2008

Prendam os cachorros e liberem o sexo!

“Porque devemos controlar algo que é impossível de se controlar?” Com essa pergunta profundamente reflexiva, Van Grieken, conselheiro da Prefeitura e vereador responsável pelo distrito de Oud Zuid, em Amsterdam, na Holanda, justificou para a imprensa, a lei que aprova a relação sexual ao ar livre no Vondelpark, que recebe milhões de visitantes todos os anos.

O nobre conselheiro ainda teve outra justificativa para a legalizar o sexo ao ar livre, afirmando que isso “vai gerar muito prazer para um certo grupo de pessoas".

E ainda, segundo o conselheiro, tudo deve ser feito dentro da ordem, afirmando que os praticantes do sexo no parque “devem recolher seu lixo após o relacionamento e nunca fazê-lo perto de playgrounds e o sexo é limitado para o período da noite".

Pronto! Que maravilha de conselheiro! Que exemplo de vereador! Que justificativas incontestes! Que políticos exemplares do presente milênio.

Agora, o que é mais cômico, se não fosse trágico, é que esses mesmos legisladores criaram uma lei para impedir e combater veementemente, o passeio de cães sem coleiras nesse mesmo parque. Ou seja, prendam os cachorros e liberem o sexo. Não é uma cachorrada?

Sem ter a pretensão de ser advogado dos caninos, essas mesmas frases do exemplar político e conselheiro da prefeitura, não serviriam também para os “melhores amigos do homem”, que não a mulher, os cães?

Cocô e xixi dos cachorros quando passeando nas praças, é algo que não dá pra controlar. Sendo assim: “Porque devemos controlar algo que é impossível de se controlar?” . Soltem os cachorros.

Da mesma forma, não tem nada que dá mais prazer a um cachorro e ao seu dono, do que ver o bicho solto correndo e fazendo festa. E isso, com certeza, iria “gerar muito prazer para um certo grupo de pessoas".

E por último, era só regulamentar as cagadas e mijadas, usando talvez, os mesmos critérios, onde os donos dos cães “devem recolher seu lixo após a evacuação do canino e nunca fazê-lo perto de playgrounds e os passeios dos cães serem limitados para o período da noite". Pronto!

Mas, os legisladores holandeses não estão muito preocupados com os cães e seus donos. O negócio é a sacanagem a olhos nus. Aliás, a tudo nu. Bem que os donos de cães poderiam liderar um movimento em Amsterdam. Já que os policiais não vão estar por lá, que tal os donos dos cães, soltarem os cachorros toda noite no parque? Vai ser um “pega pra capar”. E se por acaso algum cão for pego, não diga que foi fazer cocô ou xixi, pois, isso não pode. Alegue que o cachorro foi cruzar com alguma cadela no parque. Isso pode. A lei ampara.

Mais safados e exibicionistas do que aqueles que vão fazer sexo em praça pública são esses políticos que querem aparecer a qualquer custo, na mídia internacional. Soltem os cachorros e prendam esses “conselheiros” políticos miseráveis, espalhados nos parlamentos e executivos desse “mundo cão”. Desculpem-me os cães... Nesse “mundo homem”.

Di Castro

quarta-feira, 12 de março de 2008

EM BUSCA DE RESPOSTAS ou O DIÁLOGO DAS PERGUNTAS



De repente, ta lá o cara, de boa aparência e bem vestido, cabisbaixo, sentado em uma calçada qualquer, de uma avenida qualquer. Apesar do movimento dos carros e de transeuntes, para ele parece ser a rua mais deserta da cidade. Tão deserta como se sente sua alma.
Um mendigo se aproxima. Ele nem nota. Encosta o carrinho cheio de latas velhas e papelão, e senta-se ao lado dele. Tira o paletó, sujo e rasgado, coloca sobre as costas do cara e pergunta:
- Tudo bem, amigo?
Apesar da distração, sem se assustar, o cara ergue a cabeça lentamente. Ela parece pesar toneladas. Olha nos olhos do mendigo por alguns segundos e responde
- Vamos trocar de vida?
O mendigo sorri desdentadamente e indaga:
- Que vantagem eu levo nisso?
Com um sorriso de desdém, o cara lhe diz:
- Porque será que as pessoas estão sempre querendo levar vantagem em tudo?
Sem pressa em responder, o mendigo pega um pedaço de pão seco, de dentro de uma de suas muitas caixas de papelão e reponde:
- Ora, moço, qual a vantagem em não se levar vantagem nas coisas da vida?
Olhando para baixo, sem coragem de erguer a cabeça o cara retorna:
- Se eu soubesse da resposta, você acha que eu estaria na situação que estou agora?
Sem desgrudar do pão o mendigo fica curioso:
- Que situação é essa, que parece lhe tirar o ânimo?
Pondo-se em pé e ficando de frente ao mendigo que permaneceu sentado o cara pergunta:
- Que impressão eu lhe causo?
Sem entender bem, o mendigo pede explicações:
- Que impressão? Como assim, que impressão?
O cara reformula a pergunta:
- Quando você olha pra mim quais as coisas que lhe vêem à mente?
O mendigo para de comer o pão, colocando de volta na caixa o pedaço que sobrou. Levanta-se, encosta no carrinho de lixo e diz:
- Ah, olhar pra você? Como não me perguntar? Essa cara só compra em dólar? Troca de carro todo ano? Onde será a mansão que ele mora? Como será o nome da princesa de sua esposa? Os filhos se formaram em que universidade estrangeira? Sacou? Não é essa a impressão que você causa nas pessoas?
O cara põe as mãos no rosto e começa a chorar. O mendigo fica sem saber o que fazer....
- Eu lhe ofendi? Disse alguma coisa que o chateasse? Vamos sentar aqui de novo, vamos?
Sentam-se. O mendigo estica a mão e pega uma garrafa Peti com água. Destampa. E diz:
- Você não acha melhor beber um pouco d’água?
O cara aceita e bebe. Joga um pouco de água nas mãos e lava o rosto. Recompõe-se e pergunta:
- Porque você está fazendo isso comigo?
O mendigo responde:
- Isso o que?
O cara complementa:
- Porque você está me ajudando?
O mendigo coloca a garrafa de volta no carrinho e se volta para ele de novo:
- Você também não me ajudaria se me visse sentado aqui desolado da vida?
O cara esboça um sorriso e diz:
- O que te leva a crer que eu pararia para falar com um mendigo, sentado numa calçada em pleno centro da cidade?
O mendigo levanta. Bate o pó das calças e diz:
- Você pode me dar de volta meu paletó?
O cara olha para o paletó, como se não tivera percebido estar com ele. Tira e entrega. O mendigo o joga nas costas e diz:
- Sabe por que você não pararia?
O cara ensaia uma resposta. O mendigo estende a mão num sinal de pare... Pega nas alças do carrinho e diz:
- Moço, não acha melhor responder pra si mesmo?
E vai seguindo pela rua afora, até dobrar uma esquina e sumir de vista.

Laércio Castro

sábado, 8 de março de 2008

ONDE COMEÇA A VIDA? O “X” DA QUESTÃO.

A resposta a essa pergunta foi parar nesta última quarta-feira, dia 5, no Supremo Tribunal Federal. Se decisões importantes já foram tomadas naquela Corte (o STF já foi chamado Corte Suprema), sem dúvida, essa às demais sobrepuja.

Foi parar nas mãos do Plenário, constituído por duas Turmas, cada uma com 5 Ministros e o Presidente, onde, segundo o Artigo 101 da nova Carta Magna, os “onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada”, decidiriam se embriões são seres humanos em potencial ou seres humanos, de fato e por tanto, de direito.

Fico imaginando que naquele dia, enquanto a terra continuou em seu curso normal, o céu parou para ver que decisão 11 pessoas iria tomar, predestinando a vida ou a morte. Que responsabilidade! É como ser uma espécie de assistentes de Deus.

A questão chegou a esse ponto, quando se questionou a constitucionalidade da Lei de Biossegurança que em seu Artigo 5º, libera as pesquisas com Células-tronco embrionárias.
Os advogados dos embriões se levantaram para defendê-los como seres humanos de fato. Por sua vez, os opositores defendem que nos embriões não há fato humano, e sim, humanidade em potência. E que “X” em potência, não é o mesmo que “X”.

Alguns argumentam que a aprovação dessa Lei é apenas o ponto de partida para quem defende pesquisas de clonagens e a liberação do aborto. Mas, afinal de contas, o embrião é um ser humano ou apenas humano em potência? Se ser humano em potência, não é ser humano.

Li e acompanhei uma série de debates sobre o assunto e uma resposta a essa interrogação me chamou a atenção, em especial. Religiosidade à parte, quero transcrever a reflexão do Biólogo Fábio Vanini em seu site: www.montfort.org.br:

“Entenda o sofisma da argumentação materialista, que se utiliza mal da vaga expressão “ser humano em potencial”:
Se eu tenho uma tela branca de pintura, ali há um quadro em potencial, mas não pode ser considerado quadro. Já se eu tenho uma tela, um pintor genial, a tinta, a idéia, a inspiração e o ato de pintar, tenho tudo o que é necessário para ter um quadro. Qualquer um desses itens que faltasse, seria impossível obter o quadro. Eu até encomendaria aquele quadro, pagando adiantado se fosse o caso, e já teria direitos sobre ele. No segundo caso, há a causa material (pincel, tinta, tela, etc), a causa eficiente (o pintor) e a causa formal (a idéia e inspiração, por exemplo). No primeiro, há apenas a causa material. Se é assim com o quadro, que se dirá com um zigoto? Nele, todas as causas, incluindo parte da causa material, estão em seu próprio ser. A maior parte da matéria virá da mãe, mas a causa final para que o efeito “ser humano” se cumpra já existe desde a concepção. O ato gerador doefeito é a concepção, que inicia o movimento. No caso do pintor, este ainda tem a liberdade volitiva de recusar-se a pintar. Já o zigoto obedece cegamente às leis da natureza.

Considerando que:

1) todo ser possui matéria e forma e
2) a matéria é causa da individuação;dada a fecundação, resta apenas continuar a atualização material daquele indivíduo, que já possui matéria e forma.
Aquele indivíduo não existe enquanto não houver a fecundação. Cumprida a fecundação com sucesso, há instantaneamente a criação de uma alma humana para aquele ser, dado que todo o movimento desde o princípio tem como fim gerar um homem pleno.

Se tomarmos apenas uma célula somática qualquer, ela possui DNA e matéria humana e todos os genes próprios daquele indivíduo. É como se tivéssemos a tinta, o pincel e a tela - e até mesmo a idéia -, mas não tenho o pintor e o ato de pintar.

Compreendeu a diferença? Fugir dessa explicação é cair em mais um sofisma. Assim se faz para confundir a sociedade e jogá-la contra a existência de vida humana desde a concepção. O zigoto já possui o material genético de ser humano, sinalização para o desenvolvimento, matéria que provém da mãe e um direcionamento determinado pela existência da alma, que dá forma humana àquele ser (e não outro ser, pois a alma determinará a forma).”

Com pedido de vistas, o STF voltará a se encontrar para decidir se o embrião é ser humano ou apenas um potencial. Espero que este tempo e esta reflexão dêem novo direcionamento aos escolhidos “de notável saber jurídico e reputação ilibada”, que num momento como esse, devem sentir que esta decisão necessita de tudo isso, mas que é preciso muito mais que isso.





sexta-feira, 7 de março de 2008

"De tudo enquanto" - na feira das idéias.


Há dez anos vivendo em Imperatriz, no contexto do emaranhado cultural do sudeste maranhense, tenho aprendido termos e expressões regionais característicos de mais um pedaço dos nossos brasis. E a propósito, não pude conter o ímpeto de escrever e abrir espaço reflexivo para o blog que nasce hoje, neste 07 de março de 2008.

No afã de dar vasão às idéias diversas e perambular pelo mundo das reflexões estrambólicas, mas embasadas pelas vivência, convivência e existência, me veio à mente a frase típica do linguajar daqueles que aqui, ao desejar expressar que, por exemplo, conhecem de tudo ou experimentaram de tudo ou ainda, que desejam ter de tudo, usam a expresão "de tudo enquanto".

Portanto, esse espaço aqui se presta a isso: a falarmos, discutirmos, discordarmos, refletirmos e vaguearmos, como se estivéssemos numa grande feira das idéias, onde tem "de tudo enquanto".

Como você percebe, o espaço é vasto e o horizonte infindo!

Pegue a sacola e boa feira!




LinkWithin

Related Posts with Thumbnails